E você, sofre de machismo feminino?

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Estilo de educação é uma das causas de briga de casais formados por mulheres independentes e homens criados por mulheres machistas

Atitudes machistas não são exclusivas dos homens. O comportamento também é atribuído às mulheres que adotam práticas normalmente relacionadas a eles. São comentários depreciativos e tratamentos diferenciados que reforçam a identidade social de sexo frágil. A boa notícia é que as “vítimas” do machismo feminino podem abandoná-lo e ter vida plena.

Culturalmente, mulheres valorizam excessivamente os homens em detrimento de si mesmas. Com isso, muitas vezes, reservam a si a posição de provedora do lar e a função de servir. Antigamente, elas eram criadas para serem mães e cuidar da casa e dos filhos. O tempo passou, a sociedade mudou, mas, para essas mulheres, ou para aquelas influenciadas por este comportamento, os velhos paradigmas ainda são os mesmos. “Para a machista, a mulher deve ser dependente do homem e anular-se enquanto pessoa. O lema é servir o marido”, explica Rosana Zanella, professor do curso de Psicologia do Complexo Educacional FMU.

Elas criam os homens do jeito errado
Característica latente nas machistas de plantão é criar os filhos diferentemente das filhas. Assim, essas mães não permitem que eles lavem louça, comprem as próprias roupas e até mesmo que coloquem a refeição no prato, sob o pretexto de mimo. “Essa educação reforça preconceitos sexuais e a ideia de que as mulheres não têm valor, e sim os homens”, avalia Rosana. Ainda de acordo com a especialista, essas pequenas atitudes demonstram que o filho não precisa ajudar, pois terá uma mulher para fazer as tarefas domésticas para ele.

Pode ser conveniente manter a postura de concordância com os hábitos masculinos. Isso por que a submissão rende carinho e cria uma zona de proteção. Além disso, esperar que eles paguem a conta do restaurante, do cabeleireiro e das compras pode demonstrar dependência da figura masculina. Apesar de o machismo reforçar o rótulo de sexo frágil, o que desagrada muitas feministas, há mulheres que se realizam assumindo os papéis de esposa e mãe submissa, de acordo com Rosana.

Situações típicas do machismo feminino são dizer que se deve confiar apenas nos homens e incentivar os filhos a ter muitas namoradas, sem admitir o mesmo comportamento da filha. O perigo vai além de criar um homem machista. Esta educação, de acordo com especialistas, pode desencadear reações negativas no homem adulto, como instinto agressor, insensibilidade e desrespeito.

Machismo afeta relacionamentos
No relacionamento, homem e mulher não devem medir forças, mas uni-las. A mulher moderna pode ser mãe, cuidar de si, ser delicada, dar e receber carinhos em parceria com o marido.

Em terapias de casais, Monica Echezerria de Oliveira, psicóloga clínica membro da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul (SPRGS), observa este estilo de educação como uma das causas das brigas entre casais formados por mulheres independentes e homens criados por mulheres machistas. “Eles estão acostumados a ter tudo nas mãos, enquanto a mulher trabalha fora e, na maioria das vezes, ainda tem que fazer o trabalho de casa. Como consequência o desgaste é instalado no relacionamento”, diz Monica. Neste sentido, a saída é que a mulher deve buscar o equilíbrio das funções. Desta forma será criado um estilo de vida único que aproximará os dois durante a realização das atividades da casa.

Afaste o fantasma
Se você se descobriu uma mulher machista e quer afastar este fantasma, o primeiro passo é ficar incomodada com a situação. Depois, aprender a gostar e cuidar de si mesma. “Coloque na cabeça que quer ser pró-ativa e conquistar o próprio espaço”, sugere Monica. Ajuda profissional também é uma boa saída para identificar e solucionar o problema.

Vale lembrar que mostrar opinião e educar os filhos igualmente incentiva o respeito e a harmonia nos relacionamentos afetivos. “Homens costumam respeitar e admirar mulheres independentes e seguras. Quanto mais estiver realizada mais agradável será sua convivência com o marido e com as outras mulheres”, recomenda a professora Rosana.

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